A História de Giulian Rios, o neto do mascate e a fazenda que virou referência em pecuária sustentável em Mato Grosso do Sul
Ser pecuarista é mais do que criar gado.
É uma vocação, um compromisso com a terra, com a alimentação da sociedade e com a preservação do meio ambiente.
A história do produtor Giulian Rios, associado do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), reflete exatamente isso: a mistura de tradição, resiliência e modernidade que move a pecuária brasileira.
Hoje à frente da Fazenda Bálsamo, em Rochedo (MS), Giulian carrega nas mãos o legado de seu avô materno, um homem simples que começou a vida como mascate, vendendo utensílios em um carro de boi.
Naquela época, o comércio se fazia no escambo, utensílios eram trocados por gado, e o gado por terra. Assim nasceu a Fazenda Bálsamo, um patrimônio construído com muito esforço, suor e coragem.
“Meu avô foi a minha maior inspiração. Ele saiu do nada e construiu tudo com muito trabalho. Isso me motivou a seguir na pecuária e dar continuidade ao legado dele”, conta Giulian.
Mas o caminho não foi simples. Depois da separação dos pais, a fazenda passou por dificuldades, chegou a ser arrendada e correu risco de ser perdida.
Giulian, ainda adolescente, não se conformava com aquela situação. Decidiu estudar e se preparar para retomar a gestão da propriedade da família.
Em 2008, entrou para a faculdade de veterinária e, de lá para cá, não parou mais.
A Fazenda Bálsamo hoje é referência na criação de bezerros de qualidade. O sistema é de cria, com venda de 100% dos machos na desmama e seleção rigorosa das fêmeas para reprodução.
Giulian orgulha-se dos resultados.
“Antigamente, desmamávamos bezerros com 180 quilos. Hoje, a média da nossa desmama é de 240 quilos. Quando o mercado está em baixa, a gente investe, prepara o terreno, porque a bonança sempre chega. Esse foi um dos maiores aprendizados que tive”.
Além da gestão produtiva, a fazenda é exemplo em bem-estar animal e sustentabilidade.
O manejo é rotacionado, há piquete maternidade com manejo seguro e há integração lavoura-pecuária, onde a soja dá lugar ao pasto, respeitando os ciclos da terra.
Todas as práticas seguem rigorosamente a legislação ambiental:
“O produtor é o maior interessado em preservar o meio ambiente. Aqui cumprimos os 20% de reserva legal e todas as normas de licenciamento e manejo consciente da terra.”
Um modelo para outros produtores
Sem nunca ter buscado reconhecimento, Giulian viu seu trabalho se tornar referência. Hoje, ministra palestras, participa de dias de campo e recebe produtores e técnicos de todo o Brasil para compartilhar as práticas da Fazenda Bálsamo.
Já deu entrevistas em rede nacional e se tornou um exemplo de jovem liderança no campo.
“A gente nunca trabalhou buscando aprovação, mas quando você faz as coisas certas, acaba se tornando modelo para outros produtores. Isso é motivo de orgulho”.
Giulian também defende a união da classe produtora.
Associado do Sindicato Rural de Campo Grande, ele acredita no poder do coletivo.
“Produtor sozinho não tem voz. É importante estar dentro das associações, como o sindicato, para poder negociar, se capacitar e fortalecer a classe. Sozinho, é difícil ir atrás dos nossos interesses. Juntos, somos mais fortes.”
Quando perguntado sobre o que significa ser pecuarista, Giulian resume com firmeza.
“É estar à frente de um dos setores mais importantes da economia, produzindo um alimento nobre, sempre respeitando a terra e os animais. É ser resiliente, porque todo dia temos desafios, e corajoso, porque sabemos que o trabalho no campo não é fácil. Mas é uma vida que vale a pena”.

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