Lubrificação no setor de mineração vai além da manutenção e impacta estratégia operacional

Lubrificação no setor de mineração vai além da manutenção e impacta estratégia operacional


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Por Carlos Muchao

Impulsionado pela demanda por minerais críticos, fundamentais para a transição energética, a digitalização e a mobilidade elétrica, o setor de mineração se vê diante do desafio de manter elevados níveis de produtividade e disponibilidade dos ativos, ao mesmo tempo em que enfrenta pressões por desempenho ambiental e segurança operacional.

Nesse cenário, os lubrificantes têm deixado de ser tratados como itens de consumo periférico. Hoje, sua função técnica é estratégica, influenciando diretamente a performance dos equipamentos, os custos de manutenção, a eficiência energética e a conformidade ambiental das operações.

Em um ambiente caracterizado por grandes volumes de carga, temperaturas extremas e regimes severos de operação, a gestão da lubrificação passa a ser decisiva para garantir a integridade dos ativos e a sustentabilidade das operações.

Mineração em expansão exige confiabilidade operacional

O setor mineral brasileiro vem registrando um crescimento sustentado.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o faturamento das mineradoras no país atingiu R$ 270,9 bilhões em 2024, um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior.

Esse avanço reflete não apenas a valorização de commodities, mas também a ampliação de projetos voltados à extração de minerais essenciais.

Esse novo contexto impõe uma exigência adicional à engenharia de manutenção, que precisa aumentar a disponibilidade dos ativos sem comprometer a segurança ou a vida útil dos componentes. A lubrificação, nesse sentido, cumpre um papel técnico e estratégico.

A aplicação correta do lubrificante adequado aumenta significativamente a disponibilidade dos equipamentos.

Mas, quando inserida em um programa integrado de gestão de ativos, torna-se um diferencial competitivo com impacto direto na produtividade.

Evolução técnica dos lubrificantes para o setor de mineração

Historicamente, os lubrificantes convencionais foram amplamente utilizados na mineração, sobretudo por sua acessibilidade e disponibilidade.

No entanto, com a intensificação dos regimes operacionais e o uso crescente de máquinas de grande porte e sistemas automatizados, os lubrificantes de alta performance vêm ganhando espaço.

Com melhores características de proteção, essas formulações asseguram maior durabilidade e menor consumo, além de permitir intervalos de troca mais longos.

Em ambientes com variações bruscas de temperatura ou contaminação por particulados suspensos, características comuns na mineração, os lubrificantes de alta performance se mostram particularmente eficazes. Além de protegerem os componentes críticos, como rolamentos, engrenagens, sistemas hidráulicos, motores, pinos, buchas e redutores, também contribuem para a eficiência energética, uma vez que reduzem perdas mecânicas por atrito.

Novo vetor da lubrificação

A crescente adoção de critérios ESG (governança ambiental, social e corporativa) pelas empresas de mineração tem impulsionado mudanças profundas na gestão de insumos industriais.

Entre elas, a preferência por lubrificantes biodegradáveis e de menor toxicidade vem se intensificando. Segundo projeções da consultoria Grand View Research, o mercado global de lubrificantes biodegradáveis deverá crescer a uma taxa anual composta de 4,5% até 2028, impulsionado por regulamentações mais rígidas e por compromissos corporativos com metas de carbono e economia circular.

No campo operacional, isso se traduz em políticas mais rigorosas para descarte e reprocessamento de lubrificantes usados, investimentos em análise laboratorial para controle de contaminação e maior cuidado com o transporte, o armazenamento e a aplicação dos produtos.

A lubrificação, assim, deixa de ser um processo isolado e passa a integrar uma cadeia de valor que envolve logística, meio ambiente, segurança do trabalho e compliance.

Gestão inteligente da lubrificação

O avanço da digitalização industrial também tem trazido inovações importantes à área de lubrificação. Sistemas de monitoramento remoto, sensores embarcados e softwares de manutenção preditiva permitem acompanhar, em tempo real, parâmetros críticos dos lubrificantes em operação, como viscosidade, presença de contaminantes, degradação térmica e formação de verniz.

Com isso, é possível programar intervenções antes mesmo de a falha se manifestar, reduzindo drasticamente o risco de paradas não planejadas.

Além do monitoramento, a capacitação técnica das equipes de manutenção continua sendo um fator determinante para o sucesso de qualquer programa de lubrificação.

A correta seleção do produto, o cumprimento de procedimentos padronizados e a análise periódica do óleo em uso são práticas indispensáveis para garantir que o lubrificante atue com máxima eficiência.

Isso exige uma abordagem integrada, com envolvimento de engenharia, suprimentos, operações e meio ambiente, além de uma relação estreita com fornecedores que ofereçam suporte técnico especializado e atendimento customizado.

Visão de longo prazo

Na mineração, cada parada não programada representa um prejuízo considerável. Em muitos casos, a falha de um único componente pode comprometer toda a linha de produção.

E uma das causas mais recorrentes dessas falhas continua sendo a lubrificação inadequada, seja por escolha incorreta do produto, por contaminação, por intervalos de troca mal definidos ou por ausência de monitoramento.

Por outro lado, quando bem planejada e executada, a estratégia de lubrificação gera valor concreto. Contribui para a longevidade dos ativos, reduz o consumo de peças sobressalentes, melhora os indicadores ambientais e reforça a segurança das equipes.

Em um setor com margens cada vez mais pressionadas, cada ganho de eficiência conta, e a lubrificação é, muitas vezes, a diferença entre uma operação robusta e uma cadeia vulnerável a falhas evitáveis.

Diante das exigências atuais do setor mineral, a lubrificação precisa ser tratada como uma disciplina estratégica, integrada à gestão de ativos e às políticas ESG das empresas.

Investir em soluções de lubrificação de alto desempenho, aliadas à digitalização e à capacitação técnica, é investir em produtividade, previsibilidade e sustentabilidade.

Para um setor que busca se reinventar diante dos desafios globais, essa é uma equação que não pode ser ignorada.

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Carlos Muchao é Gerente Comercial das Divisões de Mineração e Cimento da FUCHS, maior fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.

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