A indústria de ferro e aço no Centro-Oeste de Minas está com o sinal de alerta ligado. Com a possível taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo Trump, empresários da região já sentem o peso da ameaça. O temor é grande: prejuízos bilionários, perda de fôlego na concorrência internacional e demissões em massa rondam um setor que responde por quase 30% das exportações mineiras para os Estados Unidos.
Se a nova tarifa anunciada se concretizar, as demissões no setor podem ultrapassar 200 mil postos de trabalho, o que geraria um déficit de R$ 4,4 bilhões na renda das famílias mineiras. Os dados são de um estudo da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), que projetou ainda outros dois cenários (conheça abaixo).
A forte dependência dos Estados Unidos deixa o setor vulnerável a mudanças externas. Tanto que, o tarifaço pode começar a valer em 1º de agosto, mas já provocou tensão nos empresários de cidades que vivem da siderurgia e metalurgia, como Divinópolis. Eles contam que já sentiram o reflexo: instabilidade nos negócios, exportações em queda e preços pressionados.
“O setor já vem passando por dificuldades há algum tempo e essa taxação nos trouxe aproximadamente US$ 50 em redução do preço que vinha sendo praticado no final e no início desse ano. É uma situação muito incerta, pois é um produto de extrema relevância não só para a exportação do Centro-Oeste Mineiro, como mineira. E acredito também que para os EUA vai fazer muita falta essa produção brasileira”, afirmou o empresário Ronan Filho.
Segundo Fausto Varela, presidente do Sindicato da Indústria do Ferro em Minas Gerais (Sindifer), Minas Gerais produziu 3,8 milhões de toneladas de ferro gusa em 2024. Desse total, 68% foram exportados. Os Estados Unidos receberam 85% desse volume, com faturamento de US$ 1,2 bilhão.
Estudo da Fiemg aponta impacto no PIB de Minas
Um estudo da Fiemg analisou três cenários com base na política tarifária dos Estados Unidos e na possível resposta do Brasil com o Decreto de Reciprocidade. Veja:
Cenário 1: No primeiro, com taxação de 50% dos EUA e reciprocidade brasileira, a estimativa é de perda de 263 mil empregos e impacto de R$ 4,4 bilhões na renda das famílias mineiras.

Cenário 1 – estudo Fiemg sobre possível taxação de 50% dos EUA sobre as exportações brasileiras — Foto: TV Integração/Reprodução
Cenário 2: No segundo, com taxação de 100% dos EUA, a perda pode chegar a 294 mil empregos e R$ 5 bilhões em massa salarial.

Cenário 2 – estudo Fiemg sobre possível taxação de 50% dos EUA sobre as exportações brasileiras — Foto: TV Integração/Reprodução
Cenário 3: o terceiro, com taxação mútua de 100%, o impacto seria de 443 mil empregos e R$ 7,5 bilhões na renda das famílias.

Cenário 3 – estudo Fiemg sobre possível taxação de 50% dos EUA sobre as exportações brasileiras — Foto: TV Integração/Reprodução
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