Governo de SP apresenta restauração equivalente a 20 mil campos de futebol em encontro nacional da Mata Atlântica

Governo de SP apresenta restauração equivalente a 20 mil campos de futebol em encontro nacional da Mata Atlântica

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) foi sede do 10º Encontro das Secretarias Estaduais da Mata Atlântica. O evento, organizado pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com a Semil, reuniu representantes dos 17 estados que compõem este bioma para alinhar estratégias de proteção e ampliação da restauração florestal.

A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende, presente no evento, enfatizou que foi restaurada, nos últimos dois anos e meio no estado, uma área equivalente a mais de 20,1 mil campos de futebol. Foram 10,4 mil hectares apenas em 2024, a partir de ações de restauração monitoradas, apoiadas ou conduzidas pelo estado. Em 2023, o número de áreas recuperadas foi de 6,6 mil hectares e esse ano já são quase 4 mil hectares (totalizando cerca de 21 mil hectares).

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O levantamento da Semil mostra, ainda, que 8,1 mil hectares foram recuperados por meio de restaurações ecológicas, envolvendo exigências da Cetesb, projetos voluntários, aplicação de multas, entre outros. Outros 6,4 mil hectares foram por reparação de danos, principalmente via fiscalização por meio da aplicação dos Autos de Infração Ambiental (AIA´s), 3,3 mil hectares recuperados por iniciativas da sociedade civil e 2,9 mil hectares por conservação e manejos, que fazem parte do Programa Refloresta-SP.

Além de São Paulo, participaram do encontro Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.

“São Paulo tem demonstrado que é possível unir desenvolvimento, inovação e conservação ambiental com responsabilidade. Os resultados que apresentamos neste encontro mostram o compromisso do nosso estado com o futuro da Mata Atlântica e com o bem-estar das pessoas que dependem desse bioma. A restauração ecológica, o combate ao desmatamento e o enfrentamento aos efeitos das mudanças do clima são prioridades da nossa gestão, e ações como esta reafirmam a importância da cooperação entre os estados para avançarmos juntos na mesma direção”, afirma Natália.

De acordo com relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, elaborado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o MapBiomas, o desmatamento na Mata Atlântica apresentou redução de 14% em 2024, segundo o Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), que registrou 71.109 hectares desmatados frente aos 82.531 hectares do ano anterior.

Já o Atlas da Mata Atlântica, que monitora fragmentos com mais de 3 hectares, indicou queda de 2% na perda de vegetação madura, totalizando 14.366 hectares. O relatório destaca ainda a importância de sistemas modernos de monitoramento e ação coordenada, como os utilizados por São Paulo, que tem conseguido reagir com mais agilidade a infrações e conservar seus remanescentes florestais frente à pressão fundiária e à expansão agropecuária.

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São Paulo, ao lado de estados como Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, manteve em 2024 a tendência de queda no desmatamento verificada também nos anos anteriores. Essa continuidade reflete o investimento estadual em monitoramento por satélite, articulação institucional e ações de fiscalização com base em inteligência ambiental.

Além disso, mesmo diante dos extremos climáticos de 2024, que provocaram deslizamentos, inundações e incêndios em várias regiões do país, as Unidades de Conservação de São Paulo se mostraram mais resilientes. O fogo atingiu apenas 1,3% dessas áreas.

Para Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, o 10º Encontro das Secretarias Estaduais da Mata Atlântica é uma oportunidade estratégica para reforçar o compromisso federativo com a proteção do bioma mais ameaçado do país. “Neste momento em que avançam propostas legislativas que fragilizam marcos legais históricos, é fundamental que estados atuem de forma coordenada para assegurar o cumprimento da Lei da Mata Atlântica, ampliar ações de restauração florestal e consolidar o caminho rumo ao desmatamento zero. A mobilização em torno desse encontro reforça que a conservação do bioma é um dever compartilhado e essencial para o equilíbrio climático, a segurança hídrica e a qualidade de vida da população brasileira”, diz.

Conheça algumas ações da Semil e órgaos parceiros voltadas à preservação da Mata Atlântica:

Operação SP Sem Fogo

Para prevenir e combater os incêndios em 2024, uma operação histórica mobilizou 15 mil pessoas, um gabinete de crise e R$ 260 milhões em equipamentos, aviões e helicópteros. O Governo de SP investiu R$ 18,8 milhões apenas na contratação de aviões, helicópteros e compra de querosene para o combate aos focos de incêndio, 76% a mais que o valor total investido nos últimos 9 anos. Durante o período de atuação do gabinete, as aeronaves totalizaram 1.598 horas de voo e lançaram mais de 7,38 milhões de litros de água sobre os focos de incêndio. Por terra, foram utilizados quase 2,5 mil veículos, entre viaturas, caminhões-pipa e veículos das empresas agrícolas, além de diversas ações preventivas que foram implementadas, incluindo vistorias em áreas vulneráveis a queimadas, construção de aceiros e campanhas de conscientização voltadas para a população.

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Para este ano, a grande inovação será a Sala de Análise do Fogo, que permitirá a tomada de decisões antecipadas quanto ao planejamento para a prevenção e combate aos incêndios, inclusive com a contratação inédita de aeronaves e o uso de drones com câmeras termais para o monitoramento das áreas mais suscetíveis a queimadas. A Sala de Análise do Fogo é uma medida inspirada em boas práticas observadas durante o intercâmbio da Defesa Civil em Portugal, em março deste ano, e que será adaptada à realidade do estado de São Paulo.

A iniciativa permitirá o planejamento antecipado das ações de resposta e prevenção aos incêndios, sempre com pelo menos um dia de antecedência. Os técnicos contarão com uma plataforma que cruza informações do mapa de risco de incêndio — já utilizado em anos anteriores — com novos dados do dia seguinte, como velocidade e mudança da direção do vento, umidade relativa do ar e pico da temperatura máxima.

Outra medida tecnológica implementada pela Sala de Análise do Fogo será o alerta de incêndio próximo às reservas florestais do estado. Sempre que os satélites identificarem o surgimento de um novo foco de incêndio próximo a qualquer unidade de conservação do estado, um alerta automático será emitido ao Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil e também aos gestores do parque florestal que estiver em risco.

Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA)

O PSA Juçara é uma iniciativa da Fundação Florestal, vinculada à Semil, que alia conservação da biodiversidade, combate à extração ilegal de palmito e geração de renda para comunidades tradicionais. O programa incentiva o plantio da palmeira-juçara por meio de pagamentos a famílias que cultivam a espécie em pé, extraem seus frutos e participam de capacitações.

Desde 2021, a primeira fase envolveu 98 provedores, com o plantio de mais de 260 mil palmeiras em 260 hectares de Unidades de Conservação do Vale do Ribeira. A nova etapa, atualmente em inscrições, já conta com 80 famílias cadastradas em 24 municípios do estado, com meta de alcançar até 600 hectares restaurados e 360 mil novas árvores. Paralelamente, outro projeto de repovoamento dispersou mais de 70 toneladas de sementes por drones ou helicópteros, restaurando 1.500 hectares em 18 áreas protegidas. Os investimentos somados ultrapassam R$ 11 milhões, impulsionando a cadeia produtiva da juçara e promovendo restauração ecológica de larga escala na Mata Atlântica.

Outro programa semelhante da Fundação Florestal é o Guardiões das Florestas, que reconhece por meio do mecanismo de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) o papel histórico dos povos indígenas na conservação ambiental dentro das Unidades de Conservação do Estado de São Paulo. A iniciativa remunera ações realizadas pelas comunidades em cinco frentes: monitoramento ambiental e da biodiversidade, restauração e manejo florestal, turismo de base comunitária e qualificação intercultural. Em expansão, o programa passou de oito territórios indígenas beneficiados na fase piloto (2023-2024) para 14 territórios em sua segunda fase (2024-2025), ampliando o número de agentes ambientais indígenas atendidos de 139 para 254. Os investimentos saltaram de R$ 600 mil para R$ 2,4 milhões, fortalecendo a autonomia das comunidades e promovendo inclusão social, valorização do conhecimento tradicional e proteção efetiva da Mata Atlântica.

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