
Fotos: Divulgação
Fábio Faleiro destacou a contribuição da Embraoa, da ciência e da tecnologia para a transformação da agricultura brasileira e do Cerrado
Representantes de 20 embaixadas em Brasília puderam conhecer diversas tecnologias sustentáveis da Embrapa para o Cerrado do Planalto Central durante o Dia Internacional da feira AgroBrasília 2025, realizado na manhã da última quinta-feira (22).
Após acompanharem palestras sobre o agronegócio brasileiro no Auditório Buriti, entre elas a do chefe-adjunto de Transferência de tecnologia da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro, eles fizeram uma caminhada pelo Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, onde a feira é realizada de 20 a 24 de maio, e visitaram a vitrine de tecnologias da Embrapa.
Na palestra, Faleiro abordou o papel da Embrapa, da ciência e da tecnologia para a sustentabilidade da agricultura no Brasil.
Ele explicou a missão da Embrapa e o funcionamento do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, da qual a Empresa faz parte junto com outras diversas instituições públicas e privadas de ensino, pesquisa e fomento.
Ao destacar a importância da ciência e da tecnologia para a agricultura, o pesquisador mostrou como se deu a transformação do setor nos últimos 50 anos.
Com investimentos em pesquisa científica e em políticas públicas, e o empenho dos pequenos, médios e grandes produtores rurais, houve o aumento significativo da produtividade de grãos, fibras e energia, tornando o Brasil, antes importador de alimentos na década de 1970, em grande produtor e exportador de alimentos nos dias atuais.
A conquista do Bioma Cerrado, que converteu solos de baixa fertilidade em solos férteis, contribuiu para essa revolução, e hoje a região é a principal produtora de diversos produtos agropecuários do País.
A importância social da agricultura brasileira também foi mostrada por Faleiro, ao destacar que a agropecuária gera empregos diretos e indiretos e renda no setor primário (vendas de insumos, em fazendas), na indústria e no comércio (atacado e varejo).
A inovação no processo de desenvolvimento tecnológico também é uma preocupação da Embrapa. Faleiro lembrou que o atual Plano Diretor (PDE) da Empresa contempla a análise de cenários para o período 2024-2030, e falou sobre a atuação da pesquisa, desenvolvimento e inovação no âmbito dos sete Objetivos Estratégicos finalísticos do PDE: Recursos Naturais e Mudança do Clima; Segurança Alimentar e Saúde Única; Produção Sustentável e Competitividade; Bioeconomia e Economia Circular; Inclusão Socioprodutiva e Digital; Tendências de Consumo e Agregação de Valor; e Tecnologias Emergentes e Disruptivas.
Entre as diversas tecnologias e inovações da Embrapa e parceiros que transformaram a agricultura brasileira, em especial o Cerrado, o pesquisador citou os 96 programas de melhoramento genético de plantas e animais da Empresa, entre eles, os que permitiram a tropicalização da soja e do trigo, com o desenvolvimento de cultivares e sistemas de produção adaptados a diferentes regiões; o cultivo de frutas temperadas em regiões tropicais e o cultivo de frutas tropicas em regiões temperadas; a viabilidade de culturas alternativas para a diversificação dos sistemas, como o café e o girassol; e a adaptação de bovinos de raças zebuínas (Nelore, Gir, Guzerá e Sindi) e de espécies leguminosas e gramíneas forrageiras.
Outros exemplos de tecnologias importantes citados foram a Fixação Biológica de Nitrogênio, que por meio do uso de inoculantes praticamente eliminou o uso de adubos nitrogenados na cultura da soja, gerando uma economia anual de pelo menos US$ 15 bilhões; a caracterização, manejo e conservação do solo e da água, utilizando o Sistema Plantio Direto e outras tecnologias conservacionistas para garantir a produtividade e melhorar a saúde do solo; o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, que auxilia o produtor a definir a melhor época de plantio de mais de 40 culturas, diminuindo os riscos de perdas por eventos climáticos; o Manejo Integrado de Pragas, Doenças, Nematoides e Plantas Daninhas, que combina diversas estratégias que reduzem o uso de defensivos químicos no controle fitossanitário; e os sistemas integrados, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, que intensificam o uso da terra, aumentam a produtividade vegetal e animal e recuperam pastagens degradadas.
O pesquisador ressaltou, ainda, a busca pelo equilíbrio entre a produção agropecuária e o meio ambiente.
“Com ciência e tecnologia, é possível produzir e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo”, afirmou, explicando que o Código Florestal brasileiro determina que os produtores destinem uma parte do imóvel rural à preservação ambiental – o percentual da área varia conforme a região.
“Podemos dizer, com segurança, que o produtor brasileiro é também um ambientalista pela força da legislação e com o uso da ciência e da tecnologia”, completou.
Dados oficiais do uso das terras brasileiras apontam que 66,3% do território nacional corresponde a áreas protegidas e preservadas, sendo que metade delas (33,2%) está nos imóveis rurais; enquanto apenas 30,3% é destinado à produção agropecuária (21,2% são de pastagens e 7,8% são de lavouras) e o restante (3,5%) corresponde a áreas urbanas.
Cerrado, 52,6% da área é preservada e protegida, enquanto o uso agrícola ocupa 45,3% (29,2% com pastagens e 14,3% com lavoras) da extensão do Bioma.
Faleiro lembrou que a ciência e a tecnologia brasileiras buscam atender aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Ao falar sobre os desafios para a transferência de tecnologia no Brasil, o pesquisador apontou as dimensões continentais e a diversidade de biomas do País.
“É importante que as tecnologias geradas considerem as particularidades de cada região. Temos mais de 6,5 milhões de produtores rurais espalhados pelo Brasil, e a ciência tem a preocupação de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”, finalizou.
Também foram palestrantes o presidente da Coopa-DF, José Guilherme Brenner, que destacou a trajetória e a importância da agricultura brasileira, bem como as oportunidades que podem ser geradas para todos; o diretor substituto de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério da Agricultura e Pecuária, André Okubo, que apresentou as ações de promoção internacional do agronegócio brasileiro empreendidas pelo governo federal; o secretário de Relações Internacionais do Governo do Distrito Federal, Paco Britto, que destacou a qualidade da produção agropecuária do DF e a importância de Brasília como centro nacional e internacional de agronegócios; e Cleison Duval, presidente da Emater-DF, que detalhou as contribuições do órgão de assistência técnica e extensão rural para o desenvolvimento rural do DF nos eixos econômico, social e ambiental.
Na vitrine de tecnologias da Embrapa, Faleiro fez uma breve apresentação das tecnologias em bovinos zebuínos de corte e leite; cultivares de forrageiras, soja, arroz, feijão, mandioca, girassol, sorgo, trigo, maracujá, pitaya e café canéfora; além de consórcios de forrageiras e grãos e bioinsumos.
O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Hortaliças (DF), Ítalo Ludke, apresentou as opções de cultivares e tecnologias de diversas hortaliças, bem como o Sistema Plantio Direto em Hortaliças.
Os visitantes também percorreram três dos 10 circuitos tecnológicos do Espaço de Valorização da Agricultura Familiar da Emater-DF e os estandes da Aprosoja-GO e do Grupo de Apoio à Agricultura Sustentável (GAAS).
O Dia Internacional é promovido pela AgroBrasília e pela Secretaria de Relações Internacionais do Governo do Distrito Federal, com o apoio da Embrapa, da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Emater-DF.
Participaram dessa edição representantes das embaixadas da Argentina, Camboja, Israel, Myanmar, Nepal, Nigéria, República Democrática do Congo, Nova Zelândia, República Dominicana, República Tcheca, Rússia, Alemanha, El Salvador, Belarus, Uruguai, Haiti, Turquia, Venezuela, Trinidad e Sri Lanka.
Para mais informações sobre o Dia Internacional da AgroBrasília, clique aqui.
Breno Lobato (MTb 9417/MG)
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