Coordenador de centro esportivo do Governo de SP relembra medalha olímpica: ‘motivação para correr atrás dos meus objetivos’

Ganhar uma medalha olímpica é tão difícil, que pouco mais de 100 brasileiros conseguiram essa façanha em 105 anos de participação de atletas do país nos Jogos. Nessa seleta lista está o ex-judoca Henrique Guimarães, bronze nos meio-leves (-65kg) em Atlanta-1996.

Henrique era um dos nomes emergentes do judô paulista à época dos Jogos. Aos 24 anos, ele vinha de um vice-campeonato mundial júnior em 1992 e um bronze nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata, em 1995. A vaga para a sua primeira Olimpíada, no entanto, não foi conquistada ao longo de todo um ciclo, como é padrão desde os anos 2000.

“Na época [a classificação] era um pouco diferente. Foi feita uma seletiva nacional no início de 1996 e de lá saíram os judocas que representaram o Brasil nos Jogos”, recorda Henrique.

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Em Atlanta, Henrique ficou por detalhes de uma final olímpica. Ele venceu as duas primeiras lutas, mas perdeu a terceira para um atleta russo que quatro anos antes, em Barcelona, havia ficado com a prata. O brasileiro tinha na repescagem a chance de seguir vivo na disputa por um lugar no pódio. Bateu mais três rivais e garantiu o bronze.

O dia seguinte à conquista foi de uma badalação com a qual Henrique não estava habituado. Entrevistas para os mais diferentes veículos de imprensa, seu rosto estampado em jornais e reportagens na TV. Mas o medalhista demorou alguns dias para se dar conta do dimensão do feito. A ficha só caiu no desembarque no Brasil.

“Eu não tinha o tamanho da minha conquista. Ainda mais em uma época sem redes sociais, em que as notícias não rodavam com tanta rapidez. Só fui perceber o que havia feito no aeroporto em São Paulo, quando desembarquei no Brasil. O saguão estava lotado, as pessoas foram me receber e celebrar a minha medalha. Passei a ser visto de outra maneira depois do bronze”, conta.

Foram mais duas Olimpíadas disputadas, em Sydney-2000 e Atenas-2004, antes da aposentadoria, em 2005. Henrique pendurou o quimono, mas não se afastou do judô. Virou técnico e há pouco mais de uma década atua na parte diretiva.

Atualmente, ele exerce o cargo de coordenador do Centro de Excelência Esportiva de São Bernardo do Campo, equipamento mantido pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, e a cadeira de presidente da Federação Paulista de Judô.

“Ser atleta e medalhista olímpico é o reconhecimento de anos de treinos, sacrifícios e dedicação. É motivo de muito orgulho poder representar meu país no maior palco esportivo do mundo”, diz.

A medalha olímpica ocupa um lugar de destaque na casa de Henrique, que não deixa de notá-la sempre antes de iniciar mais uma jornada. “Todos os dias olho para ela. Essa medalha me dá motivação para eu correr atrás dos meus objetivos.”

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