Construção da fábrica da Arauco em Inocência começa a enfrentar problemas de calote envolvendo terceirizadas

A construção da megafábrica de celulose da Arauco, em Inocência (MS), começa a enfrentar os mesmos problemas que marcaram outras obras de construção de fábrica de celulose: calotes milionários em contratos com empresas terceirizadas. A nova disputa judicial envolve o fornecimento de refeições para milhares de trabalhadores no canteiro de obras do Projeto Sucuriú.

A empresa responsável pela alimentação coletiva, acusa outra empresa – contratada para operar a estrutura de refeições – de não repassar valores previstos em contrato. A dívida, segundo a ação judicial, chega a R$ 663 mil. A empresa afirma que deveria receber 5% do faturamento da outra empresa, que totalizou R$ 23,5 milhões entre agosto de 2024 e junho de 2025. No entanto, apenas R$ 546 mil foram pagos.

A ação, que inclui o Consórcio MLC Aterpa (executor da obra) e a própria Arauco como devedora solidária, tramita em segredo de Justiça quanto à exibição de documentos, mas a execução é pública. A empresa de refeições é originária de Maceió (AL) e tem sede aberta em Mato Grosso do Sul, não se manifestou no processo e não foi localizada.

Em nota, a Arauco declarou:

“A Arauco não comenta processos em segredo de Justiça e informa que todos os pagamentos a fornecedores e terceirizados são realizados rigorosamente em dia, conforme os contratos vigentes.”

Mega fábrica

Com investimento estimado em US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões), a planta da Arauco será a maior processadora de celulose em linha única do mundo, com capacidade de 3,5 milhões de toneladas por ano. A previsão é que a obra seja concluída até o fim de 2027, empregando até 14 mil pessoas no pico da construção e cerca de 6 mil na operação.

Desde o lançamento do projeto, em 2023, a empresa chilena tem afirmado que busca evitar os problemas enfrentados por outras empresas de celulose, onde calotes em série marcaram a construção da fábrica já em operação.

Redação Castilho+
, com informações do site Correio do Estado

Foto – Redação Castilho+