Incêndio provocou alerta e vem acelerando a revitalização desse ecossistema único no litoral baiano
Lagoa Busca Vida em Maio de 2025 (Acervo do CBV)
Moradores do Condomínio Busca Vida (CBV), no litoral norte da Bahia, estão protagonizando uma grande mobilização ambiental para revitalizar a Lagoa Busca Vida, um ecossistema raro e sensível que há anos sofre com o avanço da degradação causada por um processo chamado eutrofização –em que a água recebe carga excessiva de nutrientes e matéria orgânica, promovendo o crescimento descontrolado de algas, macrófitas e plantas aquáticas.
O movimento coletivo, que envolve moradores, especialistas e a administração do condomínio, vem promovendo ações intensas de manejo, com a retirada de toneladas de resíduos orgânicos e vegetação invasora.
“Pela primeira vez em muito tempo, décadas até, é possível contemplar novamente o espelho d’água em algumas áreas — um sinal visível da transformação em curso”, explica Marcelo Dourado, síndico administrador do CBV.
O engajamento da comunidade tem sido o motor da mudança. Acompanhando de perto cada fase do processo, moradores envolvidos na Comissão Ambiental têm contribuído com trabalho voluntário, buscado apoio financeiro e promovendo ações de conscientização.
“É uma conquista coletiva. A lagoa é parte essencial do nosso cotidiano e da paisagem. Vê-la assim, respirando de novo, nos enche de esperança”, conta Petra Schaeber, líder da Comissão Ambiental.
A Lagoa Busca Vida é considerada um dos últimos ecossistemas de baixada litorânea preservados da região, com características ambientais raras, mas o processo de eutrofização, com o acúmulo excessivo de nutrientes e de matéria orgânica, foi provocando ao longo dos anos, de forma natural, a proliferação de plantas aquáticas e causando o desequilíbrio da biodiversidade.
Um incêndio que mudou tudo
Lagoa Busca Vida em Março de 2025 (Acervo do CBV)
A recuperação ganhou novo ritmo após o incêndio ocorrido em fevereiro deste ano, que atingiu parte da vegetação do entorno da lagoa e serviu de alerta para os riscos que a degradação representa.
“O fogo chegou a menos de dez metros das casas. O pouco que restava da lâmina d’água serviu como barreira natural. Ali ficou claro o papel estratégico da lagoa para proteção ambiental”, relembra Marcelo Dourado, síndico administrador do Condomínio Busca Vida (CBV).
Desde 2019, a Comissão Ambiental do CBV tem conduzido estudos e audiências públicas para debater o manejo adequado do ecossistema.
Mas foi a partir do incêndio que a mobilização ganhou força e os esforços se intensificaram.
Máquinas passaram a remover toneladas de resíduos e vegetação acumulada, a nascente conhecida como Fonte dos Padres foi revitalizada, e áreas como a frente da Praça das Tartarugas e da Gleba 70/71 (Pôr do Sol) estão em plena intervenção.
Estima-se que cerca de mil toneladas de material já tenham sido retiradas.
“Estamos vencendo desafios técnicos, financeiros e logísticos por meio de um esforço coletivo. Para ampliar nossas ações, o condomínio busca apoio institucional visando o direcionamento de recursos oriundos de compensações ambientais”, explica Marcelo Dourado.
Lagoa Busca Vida em Abril de 2025 (Acervo do CBV)
Localizada dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Joanes-Ipitanga, a Lagoa Busca Vida cumpre funções ecológicas essenciais: purificação da água, regulação hídrica e abrigo para diversas espécies.
A expectativa da comunidade é que o esforço sirva de modelo para outras regiões que enfrentam desafios semelhantes. Para isso, a administração do CBV segue buscando apoio institucional, técnico e financeiro para garantir a continuidade das ações de preservação.
“Revitalizar a lagoa é proteger a história, a biodiversidade e o futuro da nossa região. É um compromisso ambiental e comunitário que agora ganhou voz e ação”, conclui Dourado.
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