Combate à receptação reduz em 15% roubo de celulares em SP
As estratégias de segurança implementadas para combater redes criminosas de receptação resultaram na redução dos registros de roubos de celulares em todo o estado de São Paulo no primeiro semestre deste ano.
De acordo com os dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), 52,1 mil roubos de celulares foram registrados pelas vítimas de janeiro a junho em todo o território paulista. O total é 15% menor se comparado aos 61,4 mil aparelhos roubados no mesmo período de 2024.
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Na cidade de São Paulo e Região Metropolitana, a redução nos roubos de celulares chegou a 13,6% no semestre. Entre janeiro e junho deste ano, foram 43,7 mil crimes denunciados. No mesmo período de 2024, houve 50,6 mil roubos.
A queda é resultado de um conjunto de iniciativas da SSP para coibir esse tipo de crime. Em uma das frentes, a Polícia Civil intensificou a repressão ao comércio ilegal, combatendo os receptadores, que são a peça fundamental na cadeia criminosa.
O Programa SP Mobile, implementado em todo o estado, faz uma análise de todos os registros criminais, desenvolvendo estratégias para combater os delitos e recuperar aparelhos celulares.
“É uma equipe multidisciplinar que tem estudado, feito testes e realizado ações não só para combater, mas também conseguir devolver esses aparelhos às vítimas”, disse o delegado Rodolfo Latif, coordenador do programa.
A partir do número de identificação dos aparelhos (Imei), o sistema cruza dados dos boletins de ocorrência com informações fornecidas pelas operadoras, permitindo rastrear e identificar celulares reativados após o roubo.
A pessoa que reativou a linha é notificada e intimada a comparecer à delegacia, onde terá a oportunidade de devolver o aparelho e colaborar com a investigação como testemunha.
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Em outra frente, a Polícia Civil vistoria estabelecimentos comerciais que atuam como revendedores de celulares. Mais de 4,2 mil lojas já foram fiscalizadas, resultando em 899 prisões em flagrante por receptação.
Entenda o passo a passo para a recuperação:
• Extração de informações no banco de dados nos sistemas policiais por meio do número do Imei — um “documento de identidade” de cada aparelho — dos celulares subtraídos;
• Articulação institucional com operadoras de telefonia, responsável por informar se esses aparelhos tiveram uma nova linha habilitada após a subtração. Com isso, é possível identificar quem é o usuário do celular produto de crime;
• A equipe da Polícia Civil entra em contato com essa pessoa solicitando que ela compareça a determinada delegacia. Vale lembrar que a corporação não utiliza links, apenas encaminha uma imagem por WhatsApp com o pedido e o endereço da unidade policial;
• O usuário é informado sobre o crime na delegacia. A equipe policial sugere a devolução do aparelho e orienta a pessoa a acionar o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Ele também entra como testemunha no processo, fornecendo informações sobre com quem ou em qual endereço comprou o celular;
• Na sequência, a equipe entra em contato com a vítima pedindo para que ela compareça à delegacia e para recuperar o aparelho.
Ainda segundo o delegado, existe um aprofundamento nas investigações contra quem não comparecer ou não colaborar com essas recuperações, com ações e buscas ativas e passivas.
Latif contou que a parceria com as operadoras de telefonia foi crucial para que isso fosse possível. Além de dar um retorno às vítimas com devolução dos aparelhos, ainda manda um recado aos criminosos de que esse tipo de crime não compensa mais no estado de São Paulo.
“Essa foi a forma mais eficaz que encontramos de dar respostas à sociedade. Sabemos que esse crime tem aumentado demais a sensação de insegurança e impunidade, mas temos feito ações e estudando ideias para melhorar isso”, completou.
Na capital paulista, desde o início da gestão, as ações policiais resultaram na devolução às vítimas de cerca de 40 mil celulares roubados ou furtados.
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