Animal vítima de incêndio florestal é resgatado e recebe cuidados de centro credenciado pelo Governo de SP

Animal vítima de incêndio florestal é resgatado e recebe cuidados de centro credenciado pelo Governo de SP

O primeiro caso oficialmente notificado por um centro credenciado pelo Governo de São Paulo de animal silvestre vítima de incêndio florestal foi registrado neste fim de semana. Trata-se de uma anta (Tapirus terrestris), fêmea adulta, resgatada na noite de sexta-feira (21), em Teodoro Sampaio, região do Pontal do Paranapanema. O animal está sob cuidados intensivos na Apass (Associação Protetora de Animais Silvestres), em Assis.

O resgate foi feito por brigadistas do Parque Estadual Morro do Diabo, administrado pela Fundação Florestal – vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) –, em conjunto com a Polícia Militar Ambiental. A anta foi encontrada debilitada, com lesões graves, dentro de um açude em meio a um canavial. Para o transporte até Assis, a cerca de 180 km do local, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) disponibilizou caminhão e motorista, garantindo a chegada segura do animal à Apass, na noite de 22 de agosto.

Segundo a entidade, a anta apresenta queimaduras de 1º, 2º e 3º graus em cerca de 70% do corpo, perda total da visão e comprometimento de uma orelha. Apesar da gravidade, alimenta-se e bebe água voluntariamente.

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Anta resgatada em Teodoro Sampaio sob cuidados intensivos na Apass (Associação Protetora de Animais Silvestres), em Assis

“Estamos trabalhando intensamente para garantir conforto e qualidade de vida para esse animal, mesmo sabendo que não será possível devolvê-lo à natureza. É uma paciente que exigirá cuidados prolongados, com protocolos para analgesia, antibióticos e anti-inflamatórios e manejo das lesões. O apoio que recebemos de órgãos parceiros foi fundamental para que esse resgate acontecesse”, explica Natália Tomaz Inácio de Godoy, diretora executiva da Apass.

A suspeita é de que as lesões sejam decorrentes de um incêndio ocorrido em 17 de agosto, na região do Parque Estadual Morro do Diabo – único evento registrado este mês. Assim, a anta teria permanecido pelo menos cinco dias ferida, sem atendimento, até chegar ao açude. O caso chama a atenção para os impactos das queimadas sobre a fauna e a importância da integração entre órgãos ambientais, entidades parceiras e sociedade civil.

“Essa ocorrência evidencia a relevância da atuação conjunta dos brigadistas da Fundação Florestal e da Polícia Militar Ambiental para salvar vidas, além do papel essencial das instituições credenciadas, como a Apass, no acolhimento e tratamento dos animais resgatados. Também reforça a importância de que todos os empreendimentos que compõem a rede de Cetras mantenham suas notificações atualizadas na plataforma do Governo do Estado. Esse controle é fundamental para monitorar e responder com eficiência a eventos críticos que ameaçam a biodiversidade paulista”, destaca Liliane Milanelo, coordenadora de Gestão dos Cetras da Semil.

Atualmente, a rede estadual conta com 30 Cetras credenciados: quatro especializados em fauna marinha e 26 aptos a receber animais vítimas de incêndios florestais. Em 2024, foram registrados 94 resgates decorrentes de queimadas, dos quais 53 não resistiram, 2 foram reabilitados e devolvidos à natureza, e os demais seguem em tratamento. Só na Apass de Assis, 48 animais foram atendidos, com 19 mortes. Os números reforçam a importância da estrutura organizada pelo Governo do Estado para oferecer resposta rápida e eficiente a situações de emergência que afetam a fauna silvestre.

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Anta resgatada em Teodoro Sampaio sob cuidados intensivos na Apass (Associação Protetora de Animais Silvestres), em Assis

Capacitação

A Semil lançou neste mês um pacote de vídeo-aulas voltado à prevenção, preparação e resposta a emergências, com ênfase no resgate e manejo de animais silvestres e domésticos vitimados pelo fogo. As aulas integram a Operação São Paulo Sem Fogo e acontecem de 15 de agosto a 17 de setembro, com acesso gratuito para prefeituras, organizações da sociedade civil e profissionais interessados. Ao todo, são dez módulos, incluindo um dedicado exclusivamente à fauna, abordando os impactos do fogo sobre animais silvestres e domésticos — que também podem ser afetados quando os incêndios se aproximam de áreas urbanas. O curso está disponível no portal de Educação Ambiental da Semil: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/2025/08/prevencao-e-combate-a-incendios-florestais/.

SP Sem Fogo

A Operação SP Sem Fogo é uma parceria entre as Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Segurança Pública e Defesa Civil do Estado. Além disso, conta com iniciativas e investimentos do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar Ambiental, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), além da própria Semil e de suas vinculadas: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Fundação Florestal (FF).

Para cumprir seus objetivos, a Operação São Paulo Sem Fogo desenvolve uma série de atividades de forma permanente ao longo do ano, divididas em fases (verde, amarela e vermelha), conforme as necessidades e priorizações de cada período.

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