A Tríade da Inteligência: A Nova Fronteira para Avaliar o Potencial Humano

Coimbra/Rio de Janeiro, 28 de maio de 2025 – 00:59 WEST – A inteligência humana, um dos temas mais debatidos nas ciências cognitivas, está ganhando uma nova perspectiva com a chamada “tríade da inteligência”, segundo o neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues. Pós-PhD em Neurociências e especialista em genômica e inteligência, o pesquisador, diretor do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH) e do Projeto Genetic Intelligence Project (GIP), defende que a verdadeira avaliação da inteligência só pode ser alcançada por meio da integração de três pilares: teste genético, exame de Ressonância Magnética Funcional (fMRI) e teste de QI supervisionado.

“Não basta olhar para um único indicador. A inteligência é multifacetada e requer uma análise holística que combine a base genética, a estrutura e a funcionalidade cerebral, e o desempenho cognitivo em um ambiente controlado”, explica Dr. Fabiano, que recentemente submeteu-se a um exame fMRI utilizando dados coletados pelo Hospital da Luz, em Coimbra, para um estudo da Universidade de Coimbra.

A Tríade da Inteligência

A tríade proposta por Dr. Fabiano integra três métodos complementares:

1. Teste Genético: A análise genômica oferece uma estimativa inicial das predisposições cognitivas, identificando marcadores que sugerem um potencial inato.

“A genética nos dá uma prévia assertiva, mas não é determinista”, destaca o pesquisador, reconhecendo que fatores ambientais podem influenciar o desenvolvimento cerebral.

2. Exame fMRI: A neuroimagem funcional permite observar a atividade e a conectividade cerebral em tempo real, especialmente em regiões como o córtex pré-frontal, associado a funções executivas.

“A fMRI é como um filme do cérebro, superando a visão estática do QI”, afirma Dr. Fabiano.

3. Teste de QI Supervisionado: No Brasil, apenas o Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS) e o Wechsler Intelligence Scale for Children (WISC), quando aplicados por profissionais qualificados, são considerados fidedignos pelo especialista.

“Testes não supervisionados ou mal aplicados podem gerar resultados imprecisos, comprometendo a avaliação”, alerta.

Essa combinação, segundo o neurocientista, oferece uma visão mais completa e confiável da inteligência, indo além das limitações de métodos isolados.

Ética na Divulgação dos Resultados

Dr. Fabiano enfatiza a importância de uma abordagem ética ao divulgar resultados de QI. “Antes de tornar público o quociente de inteligência de alguém, é essencial exigir o teste original, realizado por um profissional credenciado, com o consentimento do indivíduo”, defende.

Essa recomendação visa proteger a privacidade e evitar estigmatização ou uso indevido dos dados, especialmente em contextos sociais ou profissionais.

O pesquisador também destaca que fatores ambientais, como educação e estímulos culturais, modulam o potencial genético e a funcionalidade cerebral observada no fMRI.

“A inteligência é um equilíbrio entre natureza e criação, e qualquer divulgação deve respeitar essa complexidade”, acrescenta.

Implicações e Futuro

A tríade da inteligência proposta por Dr. Fabiano tem o potencial de revolucionar a forma como avaliamos o potencial cognitivo, especialmente no Brasil, onde o acesso a testes fidedignos como WAIS e WISC ainda é limitado.

O Projeto GIP, liderado pelo CPAH, continua investigando essas interações, com o objetivo de desenvolver ferramentas mais precisas e acessíveis.

A jornada de Dr. Fabiano, que combina pesquisa de ponta com análise pessoal, reforça a relevância de sua abordagem.

“Precisamos de ciência responsável que beneficie o indivíduo sem comprometer sua dignidade”, conclui, apontando para um futuro onde a tríade da inteligência possa ser amplamente adotada com rigor ético e científico.