Governo de São Paulo realiza 66ª mudança da Favela do Moinho

Governo de São Paulo realiza 66ª mudança da Favela do Moinho

O Governo de São Paulo já realizou 561 mudanças de famílias da Favela do Moinho, na região central da capital, sendo 66 delas em moradias definitivas. Nesta quarta-feira (17), foi a vez de Alex e Ariane deixarem o antigo cômodo onde viviam com os filhos para ocupar um apartamento com sala, dois quartos, varanda e banheiro, na zona leste. Todo o processo, da escolha do imóvel ao transporte, contou com o auxílio da CDHU e integra a ação de requalificação do centro.

“Quando descobri que iria me mudar, fiquei muito feliz. É um sentimento de gratidão por conta das condições de onde moramos. O ambiente não era legal. Vou poder dar um futuro melhor para os meus filhos”, conta Ariane Maria de Almeida, 27 anos. Ela e o marido Alex Sammer de Oliveira têm dois filhos: Miguel, de oito, e Liz, de dois.

O destino dos dois foi a zona leste, no bairro de Itaquera. O que antes era um cômodo para quatro pessoas, localizado no último andar de um prédio de três andares na Favela do Moinho, virou um apartamento prospectado pelo Governo no mercado com sala, dois quartos, varanda e banheiro.

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“Eu achei muito bom esse apartamento. É bem localizado. Vai nos ajudar muito a ter uma vida melhor. Veio na hora certa”, conta Alex Sammer, 30 anos. O transporte da família e dos móveis, da Favela do Moinho, na região central de São Paulo, até Itaquera contou com apoio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

De casa nova, a família já começa a fazer planos. “Quero colocar eles em uma boa escola e também o Miguel tem vontade de ir para uma escolinha de futebol e eu já vi que tem uma aqui perto, além de arrumar um emprego”, diz Ariane.

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Com apoio da CDHU, família chega em novo endereço. Foto: Newton Menezes/CDHU

Apoio integral

Desde o início da operação, os moradores da Favela do Moinho contaram com apoio do Governo de São Paulo. Ao todo, foram realizadas 13 reuniões em grupo com participação da comunidade, Defensoria Pública, Prefeitura de São Paulo, advogados indicados pelos moradores, lideranças dos movimentos e CDHU.

Mais de 2 mil atendimentos individuais foram realizados, com apoio de um escritório da Companhia instalado a apenas 500 metros da comunidade, que continua em atividade. Com isso, as famílias iniciaram o processo de adesão ao programa. A escolha do imóvel é feita por cada família, respeitando suas preferências e vínculos com a região.

O escritório da CDHU permanece aberto para atendimento da população e está localizado na Rua Barão de Limeira, 1130, no centro de São Paulo.

“Eu tenho uma colega que se mudou para fora da comunidade. Por enquanto ela está morando de aluguel, mas vai morar lá [em Itaquera]. Se não fosse esse projeto, não conseguiríamos”, conta Ariane.

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Ariane acompanha mudança da Favela do Moinho. Foto: Newton Menezes/CDHU

As famílias que ainda não se mudaram em definitivo contam com um auxílio aluguel de R$ 1,2 mil custeado pelo Governo e pela Prefeitura de São Paulo. O reassentamento começou em abril deste ano. De lá para cá, 66 famílias já se mudaram definitivamente, incluindo a de Alex e Ariane. Ao todo, foram 561 mudanças da Favela do Moinho.

O atendimento às famílias ocorre sob regras firmadas em um acordo entre o governo de São Paulo e o governo federal, no qual estabeleceu-se a gratuidade das moradias, que têm valor máximo de R$ 250 mil. Por enquanto, o Governo do Estado tem arcado integralmente com as despesas, incluindo as moradias definitivas custeadas pela CDHU. O ajuste de contas será realizado tão logo o Governo Federal conclua seus trâmites burocráticos.

Vulnerabilidade

O carro de mudança contratado pela CDHU para levar os móveis dividia espaço com lixo e diversos outros resíduos espalhados pela viela onde moravam Alex, Ariane, Miguel e Liz. Assim, a operação do Governo de São Paulo faz parte de uma ação maior de requalificação do centro de São Paulo ao mesmo tempo que garante melhores condições de vida e habitação à população.

Vale lembrar que a Favela do Moinho está situada entre linhas de trem e enfrenta alto grau de vulnerabilidade. Afinal, a área é murada e conta com apenas uma entrada e saída, o que dificulta a evacuação em emergências.

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Moradias irregulares oferecem risco aos moradores da Favela do Moinho. Foto: Newton Menezes/CDHU

A alta densidade habitacional, fiação exposta e o nível da ferrovia igual ao das moradias aumentam os riscos — sobretudo para crianças. Em uma década, dois incêndios de grandes proporções deixaram mortos e centenas de desabrigados na Favela do Moinho. Além disso, investigações do Ministério Público, por meio do Gaeco, identificaram a Favela do Moinho como entreposto estratégico para o tráfico de drogas.

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A área da Favela do Moinho será requalificada com o projeto de implantação do Parque do Moinho, iniciativa que visa devolver o espaço público à cidade e impedir novas ocupações irregulares.

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