A tarifa de Trump: terremoto nos mercados e o refúgio criptografado


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A tarifa de Trump: terremoto nos mercados e o refúgio criptografado

*Rodrigo Miranda

A notícia do tarifaço sobre os produtos recebidos de vários países, ventilada durante a nova era Trump, funciona como um verdadeiro teste de estresse para a economia. A bola da vez, ou melhor, o país, agora é o Brasil, com uma tarifa imposta de 50% sobre os produtos brasileiros. Uma medida dessa magnitude não afeta apenas o preço do suco de laranja ou do aço no exterior; ela envia ondas de choque que abalam as fundações do mercado financeiro, chegando até mesmo ao universo volátil e moderno das criptomoedas.

O principal motivo do (ex)país do futebol estar na mira do dono da Casa Branca, ao que tudo indica, é de conteúdo político, já que Trump cita o processo enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no STF. Dessa forma, o norte-americano exerce uma forte pressão no governo petista, que deve tomar medidas urgentes para não causar (mais) erros econômicos.

O primeiro impacto, e o mais óbvio, seria sentido diretamente na Bolsa de Valores. Empresas que dependem fortemente das exportações, como as gigantes do agronegócio e da mineração, veriam o valor de suas ações depencar. Imagine que, de um dia para o outro, seu cliente principal decida que só comprará seu produto se você pagar um imposto altíssimo. O lucro futuro dessas companhias se torna uma grande interrogação, e no mercado financeiro, a incerteza é indireta de queda.

Essa desconfiança não se limita às empresas exportadoras. Ela contamina todo o ambiente de negócios. Investidores estrangeiros, que trazem dólares para o Brasil, retiram rapidamente seu dinheiro em busca de “portos seguros”, ou seja, economias mais lucrativas. Esse movimento, conhecido como fuga de capitais, causa um efeito dominador: o dólar sobe, o que encarece produtos importados e gera pressão inflacionária, afetando o bolso de todos os brasileiros.

Para o investidor de renda variável, o cenário se torna um campo minado. A volatilidade aumenta drasticamente, com os preços das ações subindo e descendo de forma abrupta. Muitos, com medo de perder dinheiro, vendem seus ativos e correm para investimentos mais conservadores, como a renda fixa. O otimismo que movimenta a bolsa dá lugar à cautela e ao pessimismo.

Embora o mercado tradicional possa sentir mais tremor, um outro universo financeiro pode ser uma alternativa: o das criptomoedas. Ativos como o Bitcoin são, por natureza, descentralizados. Isso significa que não estão atrelados a nenhum governo ou banco central. Para muitos, essa característica os transforma em um refúgio ideal contra crises políticas e guerras comerciais.

Diante do cenário de uma tarifação, é natural que uma parcela dos investidores busque nas criptomoedas uma forma de proteger seu patrimônio. A lógica é simples: se o real pode se desvalorizar, assim como algumas ações, por que não alocar parte do dinheiro em um ativo global, que não pode ser controlado por Donald Trump ou qualquer outro líder mundial?

Esse movimento de busca por proteção representaria a demanda por criptomoedas, elevando, eventualmente, seus preços. Veríamos um aumento no volume de negociações em corretoras de criptomoedas no Brasil, com muitas pessoas comprando Bitcoin, Ethereum e outras moedas digitais pela primeira vez, não como um investimento especulativo, mas como uma verdadeira reserva de valor.

No entanto, é crucial entender que o mercado criptográfico não é uma ilha de tranquilidade. Embora possa servir de refúgio, ele também é extremamente volátil. Um aumento súbito na procura, impulsionado pelo pânico, poderia criar bolhas de preço e correções bruscas, pegando os investidores menos experientes de surpresa. O refúgio, nesse caso, também apresenta seus próprios riscos.

A principal lição de um evento como a tarifação de Trump é a importância da diversificação. Nenhum investidor deveria colocar todos os seus ovos em uma única cesta. Ter uma carteira que mescla ações de diferentes setores, investimentos em dólar, renda fixa e, pelo que não, uma pequena parcela em criptomoedas, é a melhor defesa contra choques inesperados.

A ameaça de uma guerra comercial expõe as vulnerabilidades de uma economia e força os investidores a repensarem suas estratégias. Mostra que o mercado de ações, embora promissor, é sensível às reviravoltas da geopolítica global.

Ao mesmo tempo, consolidar o papel das criptomoedas como uma alternativa legítima no portfólio moderno. Eles deixam de ser vistas apenas como um ativo de nerds ou especuladores para se tornarem uma ferramenta relevante de proteção patrimonial em um mundo cada vez mais imprevisível.

No fim das contas, o tarifaço de Trump, mesmo como uma ameaça, serve como um poderoso lembrete. No mercado financeiro, as certezas são raras, e a capacidade de se adaptar e proteger seu capital diante das tempestades é o que separa o sucesso do fracasso.

*Rodrigo Miranda é treinador comportamental e especialista em mentalidade financeira, em negociação de criptomoedas e criador da Universidade do Bitcoin, a UniBtc, com mais de 15 mil alunos. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Pedagogia Empresarial, atingiu a liberdade financeira através do mercado criptográfico há anos, ensina e faz análises diariamente em lives no YouTube.

Foto – Divulgação

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