FAEMG SENAR | Divulgação
Mesmo com mais umidade, risco de incêndios em pastos e plantações permanece
Apesar da previsão de chuvas acima da média para o inverno deste ano, especialistas e autoridades alertam para o risco de incêndios em áreas rurais. A estação, que teve início em 20 de junho, exige atenção redobrada dos produtores para prevenção e mitigação de prejuízos no campo.
De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, o Brasil encerrou recentemente um período de influência do fenômeno La Niña, que eleva os níveis de umidade. Agora, o país atravessa uma fase de neutralidade climática, o que, segundo o especialista, deve resultar em um inverno mais úmido e com menor amplitude térmica.
“A chuva ajuda a regular a temperatura, impedindo variações extremas ao longo do dia”, explica Ruibran.
Além disso, não há previsão de geadas severas em regiões serranas, o que representa um alívio em relação a anos anteriores. Em 2020 e 2021, Minas Gerais enfrentou episódios da chamada Geada Negra, quando o frio intenso congela as seivas das plantas, causando grandes perdas.
“Foram algumas das piores geadas da história”, relembra o meteorologista.
Incêndios continuam sendo uma ameaça
Mesmo com o cenário mais úmido, o Corpo de Bombeiros alerta para a possibilidade de incêndios florestais. A pedido do Sistema Faemg Senar, o 4º Batalhão de Bombeiros Militares de Minas Gerais realizou um levantamento das ocorrências registradas no inverno de 2024.
O relatório mostra 2.580 ocorrências na Zona da Mata e no Campo das Vertentes, sendo 834 em pastagens e 166 em áreas rurais não protegidas.
O produtor Paulo Mendes, de São João del Rei, vivenciou uma dessas situações.
“Em uma manhã de julho, vi fumaça no terreno ao lado e, em pouco tempo, o fogo se espalhou. Com os bombeiros, apagávamos de um lado e acendia do outro”, relata.
O incêndio atingiu quatro propriedades e consumiu 50 hectares. Na fazenda de Paulo, o café foi preservado, mas houve perda de cercas, capim, pés de laranja e cana-de-açúcar, com prejuízo estimado entre R$ 20 mil e R$ 30 mil.
Prevenção: a melhor defesa
Uma das principais estratégias de prevenção é o aceiro — faixa de terreno limpa ao redor das plantações. Segundo o tenente João Victor, do Corpo de Bombeiros, a limpeza deve ter largura de pelo menos duas vezes e meia a altura da vegetação local.
“Tentar apagar o fogo sem preparo é extremamente perigoso. O fogo se comporta de forma imprevisível e exige preparo físico e equipamento adequado”, alerta.
O Sistema Faemg Senar, por meio dos Sindicatos de Produtores Rurais, oferece cursos de brigadista florestal e orgânico, nos níveis básico e complementar, para capacitação em prevenção e combate a incêndios.
Por fim, é fundamental: ao identificar um foco de incêndio, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193. A rapidez no controle das chamas reduz significativamente os riscos de prejuízos e acidentes graves.
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